sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007


A "musa inspiradora", que frase banal. A "musa", a deusa perfeita, a mulher perfeita, o sonho de qualquer homem. Eu (e muita gente por aí)afirmo que, de certa forma, sou uma musa. "Tu? Musa? Perfeita? O sonho de qualquer homem? Deves estar a brincar!", dizem vocês.. pois eu afirmo-vos que o sou. Não por aí, como é óbvio, mas sim pelo verdadeiro significado dessa Deusa que é ligeiramente diferente daquilo por que o mundo a faz passar. Protectora das artes, do canto, da dança e das diversas formas de poesia, são assim as suas verdadeiras características. À minha maneira, tenho-as dentro de mim, pois sou apaixonada pela magia das artes, pelo tom do canto, pela personificação da dança e pelo mistério da poesia. A pintura abstracta é a que mais me impressiona, pois gosto de atribuir os meus ideais para formar eu própria a sua beleza a partir dos diferentes estados de espírito que cada dia nos é favorecido. O som... tão puro, tão rico. O toque do dó,ré,mi nas teclas do piano fazendo as notas sobrevoar o vazio e entrar pelo ouvido criando a paz absoluta. O fechar dos olhos perante tão belo tom, deixando as mãos fluírem levemente, como se fossem guiadas pelas pautas ocultas e suavemente criarem a melodia que reinará por momentos o silêncio que dominava as noites. Há tanta variedade deste poder sobrenatural da música, tantos são os instrumentos pelos quais passa a melodia em timbres tão distintos. A paixão com que se manifesta seja em que ocasião for, a facilidade com que tem de viciar aqueles que apanha desprevenidos, a calma que dá nos dias atribulados. Outra minha grande paixão são os movimentos que o corpo consegue exercer nas mais esquesitas e fascinantes formas, seguindo o tom latino, o pop, o break dance, o hip-hop, o tango, as danças de salão,... São tantos os tipos de mexer da anca, dos ombros, dos braços. Até a expressão no olhar, a ondulação do cabelo, o sorriso no rosto e os dentes brilhantes fazem a diferença. A energia da música brasileira, a leveza da música latina, a suavidade da música clássica, a descontracção da música pop, o ritmo do hip-hop, a garra do break dance, a paixão do tango e a união das danças de salão. Estas diferenças fazem com que esta arte abranja pessoas de todo o tipo, tamanho, idade, aspecto, personalidade,... Acho impressionante a capacidade com que cada música tem em identificar um certo momento, sentimento ou pessoa. Para a existências de grande parte delas são precisas haver letras, derivadas sobretudo da poesia. Mas que grande dom, segundo eu, é este que, graças à evolução da nossa espécie tem vindo a poder ser atribuído a muita mais gente. O dom de saber articular palavras, formar uma frase, compreender a escrita. Saber interpretar um poema, descodificar metáforas, rimar. Dar a conhecer por meias palavras um pouco mais de nós, fazer com que os nossos ideais sejam transmitidos exteriormente a partir deste meio. A poesia, forma tão pura de o fazer. A dignidade com que é dada a conhecer, a cultura que é precisa para a construir, ser rico interiormente sem medo de enfrentar a sociedade. Uma das mais belas formas de expressão, do conhecimento da nossa própria alma, do canto mais verdadeiro que existe ao se ler uma quadra. O amor, a amizade, a destruição, a paz, a guerra, a política, a sociedade, a Natureza, o mar,... tudo faz parte deste mundo da poesia onde entra um universo recheado de experiências únicas de vida. Paixões das quais me fui simpatizando desde muito pequena e tenho vindo a experimentá-las no meu dia-a-dia, apaixonando-me cada vez mais por cada uma delas, tentando melhorar os meus atributos que tenho vindo a exercer durante o meu crescimento e ao qual me vou adaptando conforme a maturidade que vou adquirindo ao longo dos anos. Gostava de um dia poder dizer com total certeza, que SIM, sou uma Musa!
Escrito a Janeiro de 2007