sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Amor


...não posso mais deixar-te ficar comigo, tenho de te deixar, livre e solitário, deixar-te voar pelo horizonte do admirável oceano e deixar-te espalhar por cada gota que o forma. Não quero que mandes mais no que sinto. Vai! Goza a tua liberdade e deixa-me ser eu a escolher o meu caminho. Não quero mais que me procures, pois eu é que te quero procurar agora. Deixa-me vazia, sem ter obrigações para viver, para eu própria poder traçar o meu destino e acender as velas que guiarão o meu caminho, sem necessidade de estares a meu lado a todo o eterno segundo. Vai amor, não te esqueças do meu olhar para que quando eu te encontrar saibas quem sou e trata-me bem quando o fizer em breve. Percorrerei estradas, subirei picos, escalarei montanhas e fico à espera que o consiga sem medo e com bravura, para que te consiga tocar de novo, amor, e alcançar as nuvens. Mas agora, com enorme tristeza minha, tenho mesmo de me despedir de ti porque tornei-te numa necessidade e não num prazer. Não o quero, não te quero rebaixar nem deitar fora o valor enorme que tens, tudo o que transmites. Por isso amor, leva contigo tudo de mim e faz o que te disse. Viverei calmamente e aos poucos vou-te encontrando pelas ruelas em que passar e, como da primeira vez que o fiz, subirei às montanhas e alcançarei as nuvens onde estarás tu em plena força à minha espera.



Escrito a Outubro de 2006

Um comentário:

m disse...

Bom blog, e bom texto ;)
Beijinho